sábado, março 03, 2007

A vida a preto e branco

"...Sou do tamanho do que vejo e não da minha altura..."

É este o título de um espectáculo do Bruno Nogueira. O qual não tive oportunidade de assistir e a quem não tive o prazer de conhecer... pessoalmente.
(Mas para quem quiser ver, vai estar no Teatro São Luís em Maio)

No entanto esta frase fez-me pensar (algo que faço com alguma frequência ao contrário de certas pessoas).

Depois de ver a pequenez do país em que vivemos e a tacanhez dos seus habitantes vejo o quão certa está esta frase.

É certo que a maioria das pessoas se limita ao seu meio. O medo e o desconhecimento do que está para além das suas fronteiras imaginárias levam a que tudo o resto seja esquecido ou ignorado. Fechamo-nos no nosso pequeno mundo, local onde nos sentimos seguros e onde definimos as nossas regras e os nossos limites. Sentimo-nos protegidos.

A culpa... é de todos. Dos pais que não souberam educar e abrir os horizontes (talvez porque nos tentaram moldar à sua imagem, uma imagem também ela incorrecta mas interiorizada e assumida como certa); dos professores que se limitaram à sua função de ensinar o que vem nos livros e se esqueceram que a vida nunca foi a preto e branco e que isso os livros não podem ensinar; dos amigos, (se é que se podem chamar assim), que nos levam por caminhos que nem sempre queremos percorrer, mas os quais continuamos a seguir por conveniência ou falta de alternativas; de nós próprios, que não sabemos dizer que não, que não somos capazes de escolher o nosso caminho, que nos deixamos levar pela comodidade de serem os outros a escolher por nós.

Somos os culpados pela nossa condição. O conformismo associado à falta de iniciativa própria faz com que, cada vez mais se olhe apenas para o próprio umbigo. AS fronteiras, essas, é melhor não ultrapassar. Nunca se sabe que perigos espreitam do outro lado.

E assim continuamos... ignorantes... só porque não queremos ver... nem crescer.

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